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domingo, 6 de julho de 2014

Educar na diversidade

Atualmente muito se fala sobre o processo de Inclusão nas Unidades Escolares, é bom levarmos em consideração que quando falamos em "inclusão", não nos referimos apenas as pessoas com deficiência, nos referimos a todas as pessoas independentemente de sua cor, credo, etnia, língua, classe social, sexualidade, enfim, quando nos referimos em "inclusão" nos referimos a aceitação do outro como ele é, em sua individualidade.
Com relação as pessoas com deficiência, esse processo de "inclusão" em Goiás iniciou no ano de 1999 e ainda não nos consideramos preparados para lidar com a situação.
Será que precisamos de mais tempo? Ou de mudanças atitudinais urgentes?
O simples fato de sermos contra ou a favor do processo de inclusão de pessoas com deficiência no ambiente escolar, não mudará a realidade, já que agora é lei e temos que aprender a lidar com  a questão. 
Não precisamos nos frustar ou nos considerar incapazes de lidar com crianças e jovens com deficiência nas salas de aula, as mães e pais destas crianças e jovens a princípio também se sentiram assim, porque nenhuma criança ao nascer vem com manual de instruções, eles aprenderam na busca diária, na convivência e na eterna busca de soluções para que seus filhos tivessem uma melhor qualidade de vida, como lidar com a deficiência de seus filhos.
Para nós educadores não é diferente, se temos uma criança ou um jovem com deficiência em nossa sala de aula, cabe a nós buscarmos alternativas junto a família e a equipe escolar para tornarmos a permanência dessa criança ou jovem a melhor possível, pois incluir não é apenas inserir, colocar a criança na rede regular de ensino, vai além dessa colocação em sala comum.
Para que haja uma inclusão efetiva, é necessário que ocorra mudanças organizacionais e físicas no ambiente escolar, além de formação e  adoção de estratégias e recursos adequados, mas acima de tudo, é preciso que ocorra uma mudança atitudinal, ou seja, mudança de atitudes por parte de todos os envolvidos.
Não é fácil aceitar o outro como ele é, as vezes não aceitamos nem a nós mesmos como somos, mas a aceitação o acolhimento são fundamentais.
Tudo isso perpassa pelo respeito ao outro, pela mudança de olhar, olhar para o outro como pessoa e não como um "deficiente", quando olhamos para o outro não como pessoa, mas como um deficiente, temos a tendência de só enxergar as limitações, as impossibilidades, e não enxergamos as potencialidades, o lado bom que todos possuem. 
Somos seres humanos, carregamos conosco nossas dores, alegrias, potencialidades e dificuldades, todos temos limitações em alguma área, mas quando falamos de escola, consideramos muito difícil trabalhar com a diversidade. 
As vezes ao ler esse texto você esteja pensando : "Falar é fácil, quero ver fazer", mas divido essas palavras com vocês porque trabalho com alunos com deficiência no Atendimento Educacional Especializado de uma Unidade Escolar, e assim como muitos outros educadores, passo por momentos de angústia de questionamento pessoal com relação ao meu trabalho, mas acredito que o pouco feito tem trazido resultados positivos, mesmo que de forma lenta e gradual.
A única coisa que tenho certeza é que preciso aprender mais e mais, não só nos livros ou em pessoas com conhecimento na área, preciso aprender com os próprios alunos, pois de uma forma ou de outra eles nos dão pistas de como podem aprender.
Ressalto que aquele que aprendeu não é somente aquele que adquiriu a leitura e a escrita convencionais ou que sabe fazer cálculos, o aprender vai muito além disso, o que pode ser importante aprender pra mim, pode não ser importante pra você, aprender  a calçar um tênis por exemplo, pode ser simples pra nós, mas pode ser uma conquista pra quem dependia do outro pra se calçar.
Nessa tarefa de educar na diversidade, sofre os educadores que almejam salas onde todos estejam no mesmo ritmo, onde todos não tenham dificuldades pra aprender, onde todos apresentam resultados satisfatórios, pois salas assim não existem, trabalhamos com pessoas e pessoas são únicas, cada qual carrega consigo o que ela é.




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